segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Stop and Stare ~'

A última folha caiu. Era o fim de mais uma estação, o começo de uma nova vida, o impasse de um infindável caminho. Não sabia se estava apenas alimentando a minha esperança, mas conseguia me manter otimista por mais que as coisas não estivessem tão boas. Enquanto isso, o sol adormecia entre as montanhas que parecia um paredão ao fim do horizonte. Meus olhos não piscavam, apenas deslumbrava aquilo que me fez passar o dia todo sentado sobre o chão. Indaguei em um suspiro nada convincente e então apoiei minhas mãos sobre o solo. O anoitecer tomava conta a cada volta do ponteiro, chegava sorrateiro com força e intensidade. Eu ainda me mantinha quieto, mas minha afeição perdera o entusiasmo, não tinha mais energia.
O clima nortuno sempre foi muito imprevisível, eu não sabia como administrá-lo de certa forma. O céu ganhava forma, as estrelas desenhavam diversas figuras que minha cabeça tentava distinguir, mas muitas das tentativas se tornavam em vão. Levantei receioso e segui na direção do banco que estava bem atrás de mim, peguei minha mochila e tomei o rumo da rua principal. Até a minha respiração tinha sofrido alteração, eu sentia a falta de algo, algo que estava agora pouco comigo, mas que pelo acaso não estava mais. Isso me deixava aflito, um tanto impaciente, mas eu não tinha o que fazer, apenas ter que compreender.
Olhei para os lados e notei a presença de algumas pessoas, todas com uma aparência alegre. Isso era estranho pra mim, como poderia vê-las animadas se eu não estava? E pior, toda aquela animação só me deixava mais para baixo. Era frustante. Segui de cabeça baixa e então parei pra pensar sobre o dia que havia passado. Simplesmente incomparável. Eu sabia que podia estar exagerando, mas eu tinha que pensar positivo, tinha que acreditar. Era necessário.
Um sorriso suave surgiu em meu rosto conforme eu andava, nem reparei, mas as lembranças me davam essa chance de alegria. Foi então que caiu a ficha, eu estava mesmo sentindo falta, falta do dia que havia passado, falta daquele sol que havia me fisgado sem intenção, falta daquele espaço que eu conquistei sem ter que machucar alguém, mas a noite me tomara sem falar nada. Tudo agora fazia sentido, o quebra-cabeça estava montado. O importante era saber que amanhã eu estaria lá, mais uma vez, pois cada dia se tornava essencial quando se tinha sol.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Frenesi?


Eu podia sentir o árduo momento de pânico que havia dentro de mim, podia sentir o deslize de minhas emoções caindo no fundo do poço só de saber que eu não tinha coragem, algo tão sintético, mas que agonizava e me deixava tão fora de si. Já tinha perdido os meus sentidos e nada valia quando eu buscava ajuda. Cada conversa, cada desabafo, se tornava em vão depois de algumas horas, só tinha efeito no momento e depois não mais. Seria o começo da loucura? Certamente diria que sim, mas preferia mascarar a minha realidade para não virar mais um incomodo para as pessoas que estão a minha volta, era o mais certo, o mais viável. Talvez fosse a hora de agir, de tomar alguma atitude, mas ainda me faltava coragem e aonde eu a encontraria se nem ao menos sabia de sua existência, uma verdadeira utopia. Minha ânsia por uma saída estava cada vez maior e eu sentia isso percorrendo as veias de meu corpo, era frustante, mas eu não tinha alternativa, essa foi a minha escolha, o meu refúgio. Só que eu não havia notado que isso só estava atingindo a mim, por egoísmo ou simplesmente medo, medo de não enfrentar a realidade ou de enfrentar isso sozinho. Precisava encontrar o meu caminho, o mais rápido possível, pois estava em um frenesi constante.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Happiness

Happiness is just outside my window
Would it crash blowing 80-miles an hour?
Or is happiness a little more like knocking
On your door, and you just let it in?

Happiness feels a lot like sorrow
Let it be, you can’t make it come or go
But you are gone not for good but for now
Gone for now feels a lot like gone for good

Happiness is a firecracker sitting on my headboard
Happiness was never mine to hold
Careful child, light the fuse and get away
‘Cause happiness throws a shower of sparks

Happiness damn near destroys you
Breaks your faith to pieces on the floor
So you tell yourself, that’s probably enough for now
Happiness has a violent roar

Happiness is like the old man told me
Look for it, but you’ll never find it all
But let it go, live your life and leave it
Then one day, wake up and she’ll be home
Home, home, home

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Better Days

Podia ser apenas mais um dia de chuva. O tempo fechado com aquelas nuvens escuras indicava que ia se manter assim por mais algumas horas. Eu não tinha certeza se era uma simples garoa grossa ou uma tempestade calma, mas na certa que eu sairia mesmo assim. Os solados dos calçados entravam em contato com a água conforme eu saia de casa, por mais que ali fosse o lugar mais seguro para eu ficar, eu não precisava de tudo isso, eu só queria me sentir seguro e não estar seguro. Caminhei sem olhar para trás, esperando que aquele momento fosse resolver todos os meus problemas, que aquela chuva, pura e fria, fosse abrir meus olhos para dias melhores. Eu estava muito otimista, mas não podia cair na tentação, aquilo ainda não era real e eu precisava manter meus pés presos ao solo daquele local encharcado de água.
Minha roupa úmida já transferia toda sensação gélida para minha pele, eu ainda não estava tremendo, pois caminhava tão rápido que sentia o choque de meu corpo com o calor que aqui se criava, e mesmo assim, sentia os 3° graus acima da escala Celsius batendo de frente com o meu rosto. A rua estava vazia, eu trilhava o asfalto sem medo de ser barrado por algum automóvel, não tinha ninguém ali. Eu tinha consciência daquela imprudência, estava me arriscando, poderia pegar alguma gripe ou algum tipo de doença com o mesmo gênero, mas certamente era preciso, queria sentir o gostinho de passar o dia na chuva, nem que esse fosse meu último dia de vida.
E ao contrário de filmes, onde sempre se ouve a trilha sonora do protagonista, enquanto o mesmo corre desesperadamente por toda a cidade em busca de sua amada, ali, no real, só consegui ouvir o barulho de cada gota caindo em queda livre sobre o chão, na verdade várias que em conjunto se transformava em uma grande sinfonia. Algo inexplicável onde só poucos devem ter reparado.
Por fim, eu acabei parando, já não fazia mais questão de prosseguir, estava satisfeito aonde tinha chego ou pelo menos estava conformado com a minha insanidade. Ergui o rosto com a respiração profunda e notei que o tempo ganhava forma, as nuvens mais claras tomavam espaço e as gotas da chuva perdiam a intensidade. Até em meios a grande cortina de nuvens dava para notar a luta dos raios solares tentando ganhar palco. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios, eu dei meia volta e segui devolta para casa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nós somos o que pensamos?


( Minha vida se dividi em mil fases, não tenho como prever em qual estou, apenas passo por cada uma sem questionar. Ninguém consegueria entender isso além de mim, mas por enquanto nem eu entendo. Talvez seja essa a dificuldade que tenho comigo, todos dizem que cada um tem a sua e eu estou chegando a conclusão que essa é a minha. )

Na cabeça, um mar de pensamentos insisti em me deixar na mão, cada um com seu propósito, cada um com seu desejo e com sua ambição. Por mais que todos sejam fruto da minha mente, nenhum deles planejei que existisse realmente. Não tem como controlar, mesmo lutando para deixá-los de lado e fazer com que as coisas saem da forma mais legal possível, eles sempre dão um jeito de mostrar a cara. Não faço idéia de como isso acontece, mas a verdade é que não queria que muitos deles ganhasse vida e principalmente tivesse alguma ação sobre mim. Mas o pior mesmo é descobrir que aquele pensamento que até então não fazia sentido para você, agora, depois de um bom tempo martelando a sua mente, já lhe faz falta e de forma involuntária se tornou essencial em seu dia. É claro que ele se mantém bem instável, mas você acaba por se iludir, acaba caindo naquele jogo surreal. E depois, depois não tem mais volta.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Desperate

You're reachin' out
And no one hears you cry
You've freakin' out again'
Cause all your fears remind you

Another dream, has come undone
You feel so small and lost
Like you're the only one
You wanna scream'
Cause you're desperate

You want somebody just anybody
To lay their hands on your soul tonight
You want a reasonTo keep believin'
That somedayYou're gonna see the light

It's 3 a.m.
There's no one left to call
And sleep's your only friend
But even sleep can`t hide you

From all those tears
And all the pain
And all those years you wasted
Pushing them away
You're goin' down
It's time you face it

You want somebody just anybody
To lay their hands on your soul tonight
You want a reason
To keep believin'
That someday
You're gonna see the light

'Cause you're desperate desperate
You're desperate now

You think that things
Are gonna change
Then you're back to be feelin' strange
What's it take to
Make you feel alive

You want somebody jus anybody
To lay their hands on your soul tonight
You want a reason
To keep believin'
That someday
You're gonna see the light

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tomorrow

O tempo é bem imprevísivel, da mesma forma que ele passa lentamente, as vezes passa tão rápido como o vento que não dá para explicar, é sobrenatural, forças da natureza como alguns acreditam. O que importa é o que sobra dele, o que ele nos deixa por um período indeterminado, nos limitando em certos afazeres, nos imunizando em certas situações, nos fazendo crescer com as nossas dificuldades. Será que isso é constante? Não haveria outra forma de ser punido além de com o tempo? Provavelmente não.

Mas mesmo assim, a cabeça insisti em teimar na busca por uma solução. Tentando desvendar um modo de manter o controle daquilo que não se pode ver, muito menos tocar. Acreditando que há uma saída, mas esquecendo que a vida também tem os seus defeitos e que certamente estava diante de um deles.

I need to get back but there's nowhere, ever feels this safe. The river the road disappear without a trace, the only thing that is clear is everything that's in our way ♪

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Clarice Lispector

"Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim."

Hoje eu venho falar de uma escritora que simplesmente marcou a literatura brasileira, não sabia nada sobre ela poucas semanas atrás, mas depois que o acaso me fez ler algumas de suas frases, fiquei um tanto fissurado em seu trabalho. Pode se dizer que foi uma admiração repentina, roubou a minha atenção em segundos e depois não devolveu mais, mesmo porque eu não fazia questão que devolvesse. A impressão que tive foi de surpresa, não conseguia entender como alguém decifrava algumas peripécias da vida de forma tão tranquila e ao mesmo tempo com muito drama, se auto-questionando e tudo mais. Isso só me estigava, estava pegando o gosto por aquela leitura.

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

Ainda não tive oportunidade de ler um livro dela realmente, apenas trechos e várias citações, que afinal foram os responsáveis por esse vício que estou adquirindo aos poucos. Mas quando tiver uma chance, com certeza vou buscar alguma obra dela para ler.

"Suponho que me entender não é um questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca."

Enfim, Clarice Lispector já não está mais entre a gente, pelo menos não fisicamente, mas ainda se encontra viva na boca e no pensamento de muitos admiradores pelo o que ela fez enquanto escrevia, expressando o seu peculiar modo de pensar e de agir, como ela mesmo caracteriza, impulsivamente.

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever."

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Destino

"É como se eu estivesse perdido entre o querer e o poder, distante de qualquer realidade. Preso por duas rochas que insistia me sufocar sem intenção, não conseguia respirar. Não conseguia ver nada, apenas ouvia o som da melodia que travava uma briga sem fim entre a minha cabeça e o meu coração. Como escapar disso? Queria descobrir, mas as perguntas ficavam para o vácuo, ecoavam por horas e nada mais. E foi assim, cada situação se tornava mais tensa, eu já não tinha mais controle, estava fadado ao desespero. As rochas estavam mais quentes, minha pele já sofria com o grande contato, estava imóvel, sentindo a dor que ambas me proporcionavam naquele momento. Buscando aquela luz no fim do túnel, mas que túnel? e que luz? (...) Não tinha mais como suportar, era necessário eu ceder ou simplesmente a minha existência teria sido em vão. "

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Colapso

Eu fico me perguntando qual seria a utilidade deste blog, todos que li tem algo de interessante para mostrar, para pensar e refletir, mas particularmente nunca gostei do que escrevia e/ou escrevo aqui. Não tenho saco para ficar contando como foi o meu dia, por mais que qualquer assunto que eu toque em alguma hora leva diretamente para a minha vida, para algum fato do dia, enfim. Foi com esse mesmo desgosto que loguei minha conta hoje e apaguei todos os posts antigos, certamente dava para contar nos dedos a quantidade, mas eu estava precisando "recomeçar", mais uma vez.

Agora, colocando um tema em prática, hoje, no first post, sou obrigado a tocar no assunto: Feeling? Eu queria saber como melhor definir isso, mas no momento prezo apenas pela opinião de terceiros. Descobri que não tem como fugir, por mais que você queira anular isso do seu corpo, da sua mente, essa força sempre te atingi de alguma forma. Está do seu lado, na sua frente, em qualquer lugar, basta um deslize para que ela se aproveite da sua fraqueza novamente. Por isso, qualquer cuidado é pouco, mas não digo que não é bom, só é frustrante, seria bom se viesse com algum manual de instrução, ficaria mais prático e pouparia o tempo que se perde na tentativa de decifra-lá. Mas enfim, as coisas nunca são como a gente quer, muito menos como deveria acontecer. É assim que a vida funciona, na base dos sentimentos.

I wish my life was this song,
cause songs they never die. ♪